VAR! A vingança do centímetro perdido
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6/10
Desporto

VAR! A vingança do centímetro perdido

Deus terá jogado com a mão, mas o VAR não perdoou!
#Drama#Desporto

O México-1986, palco de DRAMA e paixão, ficará para sempre na memória como o Mundial de Diego Armando Maradona – o torneio onde, dizem, um Deus desceu para jogar à bola. Mas que Deus foi esse? Aquele que usou a mão no Estádio Azteca, perante o olhar incrédulo de Peter Shilton? Aquele que roubou um golo à vista de todos, e ainda teve a audácia de chamar-lhe 'a mão de Deus'? Inacreditável!

A Inglaterra, claro, nunca engoliu este sapo. Bobby Robson e os seus homens sentiram na pele o peso da injustiça, a amargura de um roubo à mão armada. Um erro crasso que manchou para sempre a competição, um escândalo que ecoa até hoje como um grito de revolta. Maradona celebrou o 65º aniversário a 30 de outubro, um dia depois de o Benfica ter visto um golo anulado por um mísero centímetro contra o Tondela, na Taça da Liga. Um centímetro! A diferença entre a glória e o inferno!

Sem VAR, a história do México-1986 seria recontada vezes sem conta, sempre com a mesma nódoa: a injustiça. Mas, na Luz, a verdade desportiva imperou! O VAR não perdoou! E, se a tecnologia for fiável (e aqui cruzamos os dedos para que não haja bruxedos), o que é mensurável é indiscutível. Durante décadas, o futebol viveu num limbo, refém das decisões humanas, demasiado lentas e falíveis para acompanhar a velocidade estonteante do jogo. Quantos títulos, quantas carreiras foram destruídas por erros clamorosos?

Mas agora, meus amigos, a era das tretas acabou! O VAR chegou para botar ordem na casa! Desde o Mundial da Rússia-2018, e na Liga portuguesa desde 2017/18, a tecnologia entrou em campo para dar uma mãozinha (limpa, desta vez) aos árbitros. É verdade, o sistema ainda não é perfeito, mas já é um passo gigante rumo à justiça. Imaginem só o VAR no México-1986... Bastariam uns segundos para anular o golo maradoniano. O que seria um momento icónico transformado em mera nota de rodapé. Que tragédia!

Dirão alguns: 'Ah, mas assim perde-se a magia do jogo!' Balelas! A emoção não reside no erro, mas sim no golo limpo, no lance bem construído, na defesa heróica. O grito de golo só é puro quando é legítimo, nem que tenhamos de esperar pela análise do VAR. E se, por vezes, a espera é longa e tortuosa, se as linhas e os ângulos geram debates intermináveis, paciência! Estamos a afinar a máquina, a calibrar a justiça.

A mão de Deus ficará na memória como um símbolo de uma era romântica e imperfeita. Mas é precisamente por causa desses momentos obscuros que o VAR se torna imprescindível. A mão de Deus e o fora de jogo de um centímetro: a diferença entre a trapaça e a verdade. O futebol agradece! Que o VAR nos livre de novos deuses trapaceiros!

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