Farioli no FC Porto: a receita mudou?

O castelo de cartas de Farioli no FC Porto parece estar a desmoronar-se! Aquela equipa que arrancou a época a carburar como um bólide de Fórmula 1, a esmagar adversários com a força de um Hulk descontrolado, parece agora ter entrado em modo de sofrimento. Aquele futebol de ataque, de pressão alta, de deixar os rivais a tremer como varas verdes, transformou-se numa novela mexicana onde cada jogo é um suplício até ao apito final. Onde está o DRAMA?

O treinador italiano, qual Dom Quixote moderno, ainda tenta ver o lado positivo da coisa. Garante que os adversários voltaram a ter «medo» do FC Porto. Será? Ou será que o medo se transformou em gargalhadas? A verdade é que, em Moreira de Cónegos, Farioli teve de recorrer ao banco para evitar o desastre total. Deniz Gul, William Gomes e Rodrigo Mora entraram e incendiaram o jogo, qual equipa de bombeiros a apagar um incêndio. Mas será que Farioli quer mesmo depender dos suplentes para salvar a pátria?

A grande questão que se coloca é: terá a fórmula inicial de Farioli sido desconstruída pelos adversários? Terão os treinadores rivais descoberto o antídoto para o veneno azul e branco? Se Alan Varela continuar a ser bloqueado com a facilidade de um PIN de telemóvel, se Froholdt continuar a correr como um hamster numa roda, se os laterais não desequilibrarem como antigamente, o FC Porto arrisca-se a ver o título a fugir-lhe por entre os dedos como areia. É hora de Farioli mostrar que tem mais ases na manga, mais truques no baralho, mais coelhos na cartola!

Jogos sofridos como o de Moreira de Cónegos podem dar campeonatos, é verdade. Mas, convenhamos, ninguém quer ser campeão à rasquinha. É preciso jogar à Porto, com alma, raça e coração! Farioli tem a equipa unida, o que é meio caminho andado para o sucesso. Mas precisa de mostrar algo diferente, algo que faça os adversários tremer como um pudim. Que os faça entrar em campo já derrotados, como se estivessem a enfrentar um leão esfomeado. O campeonato não se ganha com medo, mas com respeito. E, neste momento, o respeito pelo FC Porto parece estar a esmorecer. Urge inverter esta tendência, antes que seja tarde demais. O CAOS está instalado!

Os próximos jogos (SC Braga, Utrecht e Famalicão) serão um teste de fogo para Farioli. Se o FC Porto não voltar a jogar como jogava no início da época, arrisca-se a entrar numa espiral negativa da qual será difícil sair. É hora de Farioli mostrar que é um treinador à Porto, que tem a garra e a ambição necessárias para levar o clube ao título. Caso contrário, arrisca-se a ser crucificado na praça pública, qual Judas moderno. Farioli não perdoou, mas será perdoado?