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Benfica: tempestade de amor e desespero
No dia 15 de setembro de 1995, o Estádio da Luz era palco não só de uma tempestade meteorológica, mas de um furacão de emoções e reviravoltas no Sport Lisboa e Benfica. A manchete d'A Bola daquele dia já anunciava o DRAMA: um clube à deriva a clamar por afeto em meio ao caos. Manuel Damásio, então presidente, apelava ao amor dos adeptos para com os jogadores, numa altura em que a instabilidade reinava.
O empate caseiro contra o Vitória de Guimarães foi a gota d'água que ditou o fim do reinado de Artur Jorge no comando técnico das águias. Mário Wilson, um velho conhecido da casa, assumia o leme numa tentativa desesperada de estancar a crise que assolava o clube. Wilson, tal como um bombeiro a apagar fogos, tentava reconstruir a equipa após a saída conturbada do seu antecessor.
Mas nem só de futebol se fazia a vida encarnada. A famosa «Operação Coração», liderada pelo próprio Damásio, era uma tentativa audaciosa de salvar as finanças do clube, que se encontravam em estado crítico. O Benfica, qual náufrago em alto mar, agarrava-se a todas as tábuas de salvação possíveis, numa luta inglória contra a bancarrota iminente. Abílio Rodrigues, vice-presidente, atirava mais achas para a fogueira ao demitir-se, agravando ainda mais o clima de instabilidade que pairava sobre a Luz.
Enquanto isso, a rivalidade verde e branca sorria. O Sporting, como um leão esfomeado, goleava o Maccabi Haifa por 4-0 na Taça das Taças, com um hat-trick de Pedro Barbosa, a nova coqueluche de Alvalade. Barbosa, contratado ao Vitória de Guimarães, mostrava logo ao que vinha, justificando o investimento leonino. O Sporting, calmo e sereno, aproveitava o CAOS encarnado para brilhar na Europa.
Este turbilhão de acontecimentos demonstra bem a montanha-russa que é a vida de um clube como o Benfica. Entre tempestades, operações de coração e hat-tricks rivais, o futebol português fervilhava em emoções. Resta saber se o amor pedido por Damásio seria suficiente para acalmar as águas turbulentas da Luz, ou se o clube continuaria à deriva, à mercê das ondas do destino.